quarta-feira, 31 de março de 2010

GRUPO ARCHIGRAM, 1961-1974


Grupo inglês, articulado em torno à revista homônima publicada em Londres entre 1961 e 1974 (dez números). Propõe-se que o interesse em precisar a contribuição de Archigram à cultura arquitetônica da segunda metade do século XX deve ir além de provar sua relativa continuidade em propostas tecnológicas recentes. Sustenta-se que, do princípio da década de 1960 até 1974, Archigram logrou produzir, através do projeto, uma visão crítica com relação às principais vertentes da cultura arquitetônica de seu tempo, e este é o ponto que merece ser retomado e discutido.
Em maio de 1961, os jovens Peter Cook (1936) e David Greene (1937) colocavam em circulação um panfleto de duas folhas chamado Archigram: a fusão entre as palavras arquitetura e telegrama. O objetivo era salvar do esquecimento alguns poemas e meia dúzia de projetos estudantis. Em 1962 a publicação passou a contar com a colaboração efetiva de Warren Chalk (1927-1987), Ron Herron (1930-1994), Dennis Crompton (1935) e Michael Webb (1937), convertendo-se em veículo de exposição e debate dos projetos e temas em torno aos quais articulou-se o grupo Archigram, desde então composto por esses seis arquitetos.
Havia um eixo central de reflexão: a relação entre arquitetura e tecnologia em uma cultura em transformação.
Projetos extravagantes, desenhos coloridos e idéias fantasiosas habitaram a revista.


Ron Herron, Walking city, 1964 (ARCHIGRAM, 1994).

Dez anos antes, Archigram havia desafiado a cultura arquitetônica vigente com um mínimo de meios, uma boa quantidade de humor e energia, e sobretudo, muitos desenhos. Com esses projetos publicados em papel barato, com técnicas de impressão das mais econômicas e edições caseiras, havia reivindicado uma revisão do funcionalismo que recuperasse o heroísmo das vanguardas futuristas e construtivistas, e bancado uma aposta incondicional pela tecnologia e pela intenção de investir a arquitetura das novas realidades sociais e econômicas emergentes a partir do pós-guerra.

No território limite entre fantasia e plausibilidade; muitas dessas propostas eram deliberadamente fantásticas, como a Walking city de Ron Herron.

Peter Cook, Plug-in-City, 1964 (Archigram Magazine, n. 4, Amazing Archigram, Londres,
maio de 1964, p. 17. Archigram Archives).



“Sem os desenhos, seríamos uma nota de fim de página em uma nota de fim de página” – Peter Cook


"Como arquitetos academicamente treinados (o que todos éramos), estávamos informados (e excitados por) atividades contemporâneas no mundo da arte. Nos tornamos mais e mais afetados pelas possibilidades da ciência e dos padrões de comportamento social. A significação real do carro elétrico, da televisão no jantar, das cidades das caravanas, o significado de cem mil pessoas no topo de uma colina reunidas pelas luzes e pela música: isso precisava – e somente podia – ser descrito como CIDADE. Assim o determinismo de Plug-in City (como uma estética), ou Walking City (como um objeto)" Peter Cook

Da monumentalidade à miniaturização; da solução totalizadora à fragmentação; da lógica mecanicista das megaestruturas à invisibilidade e à aspiração de imaterialidade de Computer City e da floresta cibernética.

Assim, a oscilação dessa narrativa entre a lógica seqüencial e mecânica de Plug-in City e a simultaneidade eletronicamente produzida em Computer City indicou justamente aquela transformação no caráter e na representação da tecnologia quando esta deixou de estar identificada primordialmente com artefatos concretos – como era o caso da máquina –, e passou a identificar-se, cada vez mais, com sistemas e processos potencialmente abstratos e ubíquos de controle, como seria o caso dos sistemas de comunicação e informação.


Dennis Crompton, Computer City, 1964 (ARCHIGRAM, 1994).

Fonte: http://www.arquiteturarevista.unisinos.br/pdf/ART01_Cabral.pdf


Ao lado do ideário das cidades-jardins e das utopias anti urbanas, o pensamento urbanístico, no século XX, retoma e potencializa o projeto racionalista da cidade industrial, traduzido nos trabalhos de Le Corbusier (1979), entre outros, cuja melhor definição é encontrada no termo "cidade máquina", de Hilberseimer (1920). Essa concepção contrapunha-se às visões do urbanismo moderno, da cidade concebida como um grande parque e de aglomeração urbana tratada como uma cidade verde. Tufuri (1985) destaca que, no projeto de "cidade-máquina", fazia-se ausente o conceito de espaço e de lugar.

Ciudad Vertical. Hilberseimer, 1927

Fonte: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/conteudo/artigos_teses/GEOGRAFIA/Teses/Perini_Arlete_Me_2004_.pdf


Sobre a cidade de Le Corbusier, Charles Édouard Jeanneret, Reyner a classifica como um sentimento modernista, que possui o espírito da geometria, da evolução do homem, além do uso dos caminhos retilíneos e uso da teoria do classicismo também. Le Corbusier planeja usando um terreno imaginário sem nenhum acidente topográfico.



Cria uma solução tipológica para as cidades, assim como fez para casas e edifícios. Faz uso da produção em série e da mecanização que a industrialização iniciou. Ele cria o homem-tipo e a casa-tipo para poder criar o projeto urbano, pois defende que o homem possui as mesmas necessidades em qualquer cultura. Essa padronização busca o máximo rendimento dos materiais e tempo e o menor custo, procura-se a eficácia na construção.

Sobre a cidade contemporânea de Le Corbusier: multiplicação dos espaços verdes, criação dos protótipos funcionais e racionalização do habitat coletivo. Essa separação é feita para, então, criar o planejamento, além de estudar também a classificação populacional e a da circulação. Seu projeto é influenciado pelos novos materiais e novas técnicas, como o aço, vidro, concreto armado e pilotis.

Para Le Corbusier a casa é uma máquina de morar e assim como a máquina a casa e as outras construções devem buscar a perfeição da geometria. A geometria também direciona as ruas retas e a distribuição das áreas no planejamento dele.O comércio, café, entre outros, são transferidos para o terraço das construções, aliviando as ruas, dando espaço para a circulação, e depois se procura diminuir a quantidade de ruas e os cruzamentos para, conseqüentemente, diminuir o engarrafamento.

Acreditando que poderia solucionar os problemas urbanísticos e aplicar sua teoria da mecanização das casas Le Corbusier planejou a Cidade Contemporânea, que era uma evolução da Casa Dom-Ino e Ville Pillotis. A Cidade Contemporânea de Le Corbusier foi projetada para 3 (três) milhões de habitantes, era uma cidade capitalista que seria o centro de administração e controle, com cidades-jardim para os trabalhados e um cinturão verde que envolvia a cidade.

Clique aqui para ver fotos da cidade de Le Corbusier

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